A estrutura dos três atos está presente em narrativas de jogos, livros, filmes, até mesmo em propagandas publicitárias. A partir do momento em que você entende como funciona, todas as histórias que você vai assistir, ler ou jogar vão se encaixar – pelo menos em algum ponto – nessa estrutura. Quer conferir mais a respeito? Então vem!
Uma história completa consiste em 3 fases: um começo, um meio e um fim. Ok, isso não é nenhuma novidade já que conhecemos histórias desde o começo das nossas vidas. O que realmente importa é o conflito relativo a história e como gerenciamos o progresso que isso acontece na história.
Se você não sabe o que é e nem como criar um conflito, pode ler meu outro artigo sobre conflito narrativo. Lá, explico de maneira simples e rápida o que é o combustível de uma história.
Cada uma das 3 fases da história é associado a um ato da estrutura:
- Ato 1 – Apresentação e configuração inicial do conflito
- Ato 2 – Confronto com o conflito
- Ato 3 – Resolução do conflito
Construímos a história ao redor do conflito para que o personagem vá através de sua jornada encontrar a resolução do seu problema. Haverão obstáculos, e cada vez em que o personagem avança pelo caminho, uma tensão é gerada: será que o personagem conseguir vai sair dessa?
Ato 1: apresentação
É como o “era uma vez” dos contos de fadas que ouvíamos quando éramos crianças. O protagonista vive sua vida normal até o momento em que o conflito é apresentado.
A vida do protagonista muda e ele se vê obrigado a resolver a situação. Lembre-se que é importante ter claro como era antes de tudo começar para poder construir a jornada. Na verdade, essa não é nenhuma regra, mas ajuda você a entender mais sobre os personagens e quem eles são.
O ato 1 possui dois elementos importantes na construção da estrutura:
- Incidente incitante: é um evento, acontecimento ou ação que introduz o protagonista no conflito principal. Sem isso, o protagonista não teria a oportunidade de resolver o problema.
- Chamado a ação: é quando o protagonista decide partir em sua jornada para resolver o conflito.
Ato 2: confronto
É basicamente o desenvolvimento da história. O protagonista irá enfrentar desafios e obstáculos que não o deixará alcançar seu objetivo. Outros personagens tomam forma de antagonistas e coadjuvantes para atrapalhar ou assistir o herói durante a jornada.
O ato 2 também serve para:
- Recompensar o que foi estruturado no ato 1
- Configurar a resolução do conflito final no ato 3
Ato 3: resolução
Encaminhando-se para o grande final, depois de ter aprendido durante sua jornada, o protagonista está fazendo um último esforço para resolver seu conflito e ele finalmente consegue – ou não (dependendo do final que você quer dar para a sua história). Depois de tudo resolvido, a narrativa está sem combustível e precisa se encerrar antes que tudo fique chato para quem está assistindo, lendo ou jogando.
Ponto de virada
Como vimos na imagem acima, os plots points – ou pontos de virada – são os pontos que separam um ato do outro. Eles estão diretamente ligados ao conflito do personagem, definindo tensões durante a história.
- Plot point 1: Divide o ato um do dois e acontece quando o protagonista resolve encarar o seu problema. É o momento da história em que sentimos mudança de rumo: a jornada está finalmente começando.
- Plot point 2: separa o ato 2 do 3. Geralmente é a ação em que o protagonista está cara a cara com o seu maior desafio, mas ainda não ganhou – ou perdeu. Vale comentar que a resolução não é o plot point, ela faz parte das ações do ato 3.
Bem, e se você está se perguntando se todas as histórias são iguais, na verdade são. O que muda é como vamos torná-las únicas através do nosso storytelling.
Como disse ali em cima, o conflito é o combustível da narrativa. Entendendo isso, o automóvel que vai receber o combustível é você quem fez! Ou seja, não importa se é uma BMW, uma nave espacial ou uma bicicleta de motor: todas vão precisar combustível para andar!
Claro, você não precisa seguir a risca essa estrutura, mas ela pode servir como base para algum projeto seu. Ou, se preferir fazer exatamente ao contrário da estrutura, também é válido. O que realmente importa é o caminho que o personagem percorre e saber que esse lugar é a fonte do crescimento dele. =)
Então, gostou da dica de hoje? Como está o andamento da sua história? Você vai usar ou não essa estrutura? Compartilha comigo o que achou!
4 comments
Parabéns pelo artigo!
Realmente, a estrutura dos três atos é tão simples que ela está em tudo. Porém, ninguém sabe onde eles começam e onde terminam.
Vou recomendar este artigo a interessados.
Oi, Davi! Que bom que gostou! A estrutura realmente é um caos pra quem não conhece muito bem como funciona, podendo até confundir escritores. Contudo, sinto que ela é mais um guia do que uma regra. Brigada pelo comentário! 😉
O artigo está excelente, como sempre! Muito esclarecedor e de fácil entendimento, parabéns!
Já estou ansioso pelo próximo…
Abraços
Olá, Wagner! Obrigada pelo comentário! O próximo artigo já está em produção 😉